Foi naquele dia 12 de dezembro que o meu céu escureceu, que a tristeza pintou de preto a minha alma, que senti o mundo empurrar-me contra uma parede rochosa e que senti a dor e o vazio de uma amputação. Tinha 7 anos, quando me disseram que não ias voltar, que não teria mais o teu colo, os teus beijos, o teu abraço…Que a palavra Mãe seria guardada no fundo de uma gaveta, junto com as tuas fotografias, com o cheiro do teu batom, com o teu doce perfume, com o calor do teu abraço. Embrulhei-me no teu robe…Sentia o teu perfume, a tua presença. Não caíram lágrimas, chorar seria pouco para exteriorizar toda a minha tristeza, mágoa ou o que fosse, que não teria um nome, pois tentar nomeá-la, pronunciá-la seria ainda assim ensurdecedor e vago para descrever o que sentia. O choro e o grito, ásperos, fizeram um nó e sufocaram no meu peito, bem dentro de mim. O grito que eu não dei, a lágrima que não caiu, a boca que não gemeu, o vazio que não preenchi…o silêncio que eu recebi e aceitei, como q