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Gramática

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  Quero conjugar o verbo amar na tua boca No tempo presente indicativo da tua pele Calar o tempo no imperativo enquanto deslizo a caneta na folha de papel. Sem regras irei guardar o teu gemido Derrubar parêntesis de prazer e de loucura Na exclamação da tua alma quase nua. No papel, as letras já desbotadas Testemunham a vaga nuvem da tua ausência. O corpo outrora brasa, sente o gelo da distância. Reescrevo a gramática do meu sentir Revejo o gesto nobre e doce da nossa dança Onde tu e eu entrelaçados como ramos Fomos Árvores, Luz e Esperança.                                                           Anne

Albert Camus...Aniversário da sua morte

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  (…) Amo ou venero poucas pessoas. Por todo o resto, tenho vergonha da minha indiferença. Mas aqueles que amo, nada jamais conseguirá fazer com que eu deixe de amá-los, nem eu próprio e principalmente nem eles mesmos. São coisas que levei muito tempo para aprender; agora já sei.                                                                           – Albert Camus, em “O Primeiro Homem”

A autora francesa Andrée Chedid

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  Andrée Chedid  (20 de março de 1920 - 6 de fevereiro de 2011) foi uma poetisa e romancista francesa de origem egípcia. A autora designava-se a si própria como "escultora de palavras". A sua obra tem sido o meu alvo mais recente de presquisa.  Deixo-vos a sua definição de poesia.

Dias cinzentos numa época de luzes e brilhos

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  Foi naquele dia 12 de dezembro que o meu céu escureceu, que a tristeza pintou de preto a minha alma, que senti o mundo empurrar-me contra uma parede rochosa e que senti a dor e o vazio de uma amputação. Tinha 7 anos, quando me disseram que não ias voltar, que não teria mais o teu colo, os teus beijos, o teu abraço…Que a palavra Mãe seria guardada no fundo de uma gaveta, junto com as tuas fotografias, com o cheiro do teu batom, com o teu doce perfume, com o calor do teu abraço. Embrulhei-me no teu robe…Sentia o teu perfume, a tua presença. Não caíram lágrimas, chorar seria pouco para exteriorizar toda a minha tristeza, mágoa ou o que fosse, que não teria um nome, pois tentar nomeá-la, pronunciá-la seria ainda assim ensurdecedor e vago para descrever o que sentia.  O choro e o grito, ásperos, fizeram um nó e sufocaram no meu peito, bem dentro de mim. O grito que eu não dei, a lágrima que não caiu, a boca que não gemeu, o vazio que não preenchi…o silêncio que eu recebi e aceitei, como q

Adeus Novembro...

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O Tempo

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As palavras são sementes

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                                                                   The Wind Painting By Vladimir Volosov As palavras são sementes. Germinadas ao acaso, pairam no ar, conduzidas pelo vento. Não sabem o seu destino, apenas que chegarão a algum lugar… gastas como folhas rendilhadas e secas ou viçosas guardadoras do orvalho e sol das manhãs tranquilas, cheias de poesia. Algumas anunciam a morte da luz. Saiem em tumulto, quebradas,em vendavais de pó e lama, trazendo o som da voz amarga e amordaçada por entre as grades do silêncio. As palavras de ternura voam como pombas brancas, que se libertam num imenso céu azul e procuram os corações, para fazerem os seus ninhos. As palavras de amor ondulam nas águas dos rios, pintam os silêncios nos lábios e escrevem música nos corações. Uma vez germinadas, são difíceis de arrancar, deixam quase sempre raízes entrelaçadas nas pedras da memória. Somos feitos de rios, palavras e vento.